Sempre fui uma perfeccionista assumida. E não via problemas nisso, afinal, parece ser positivo almejar o melhor resultado, não é verdade?
Não, não é verdade, o perfeccionismo não é tão legal assim como parece.
Acabei de ler um livro que aborda esse tema e reconheci, entre os muitos exemplos abordados, várias situações que vivencio. E uma coisa que me chamou atenção é que, em busca da perfeição, o perfeccionista não relaxa nunca, seja em casa, seja no trabalho, seja nos relacionamentos, seja nos pequenos detalhes do cotidiano. Tem sempre algo que precisa ser feito, tem sempre uma cobrança interna para que tudo esteja "certinho". E qual o resultado disso? Stress, insatisfações, inseguranças etc.
Isso acontece comigo o tempo inteiro, pois acho que o meu apartamento tem que estar impecavelmente limpo, que para receber visitas tenho que ter tudo perfeitamente preparado, que para sair de casa preciso estar muito bem vestida, que tenho que estar magra mesmo sem tempo de ir à academia, que tenho que ser uma excelente profissional, uma ótima aluna do MBA, uma esposa perfeita, uma amiga presente...
Por que me cobro tanto assim?
Não sei responder!
E como não consigo me sair tão bem em todos esses papéis, acabo sempre frustrada... O livro usa o termo distorção cognitiva para explicar que os perfeccionistas têm uma visão distorcida da realidade, que se apegam a detalhes que não são importantes. E para resolver esse problema é preciso a reestruturação cognitiva, que sugere que devemos refletir sobre o que é realmente importante na vida, estabelecer prioridades e viver sem cobranças desnecessárias.
Me parece justo, não?
Tenho tentado colocar em prática uma nova forma de olhar para a minha vida, sem tantas cobranças, respeitando o tempo que tenho, estabelecendo as prioridades, aceitando as minhas limitações e buscando ser leve. Isso significa aprender a dividir tarefas, delegar, aceitar que não dá pra fazer tudo da forma como quero, sair de extremos "tudo ou nada", olhar para a minha rotina com mais generosidade.
É hora de dar um basta no que atrapalha a minha felicidade.
Beijos leves,
Rô
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