É o olhar que não vê tudo, é o caminhar que escolhe sentir as pegadas e não a direção, é escolher estar onde faz sentido.
quinta-feira, 3 de agosto de 2017
Quando faltam respostas...
Quem nunca esperou por uma resposta que não foi dada? Quem de nós, pobres mortais, românticos e ansiosos por atenção nunca sofreu por cada minuto de espera por uma resposta, seja um telefonema, um e-mail, uma visita ou um olhar?
Quantas vezes esperamos por aquele telefonema com um convite para um cinema, ou bar, ou restaurante ou passeio na praça? Na verdade, poderia não ter convite algum, mas o simples contato, um "alô, como vai você?" já seria o suficiente para acalantar um coração esperançoso e fazer brotar aquele sorrisinho bobo e feliz. Mas, às vezes, temos que aceitar que o telefone não vai tocar. E, infelizmente, levá-lo para todo canto da casa junto com você ou olhar a cada 2 minutos para a tela não vai fazer a pessoa te ligar. Não, não vai.
E nessa longa espera, achamos que se o contato não foi pela manhã, será a tarde. Quando a tarde chega, temos certeza que o contato será a noite. Assim, lá se vai mais um dia... Mas como nos sentimos especiais e não entendemos que as pessoas podem simplesmente nos esquecer, continuamos nos dias seguintes com a mesma espera em três turnos. Até que a "ficha caí", você fica triste, chateado, com raiva e depois aceita que a expectativa e a vontade eram só sua, de mais ninguém.
Mas nesse doloroso processo até a aceitação, dada a enorme ansiedade e falta de consciência de que o outro não te quer, você pode resolver ligar imaginando que talvez a pessoa tenha perdido o celular, ou que esteja em algum lugar sem sinal, ou que alguém da família tenha morrido, ou qualquer outra desculpa que o seu coração resolve tomar como argumento justificável para a sua ligação. E, claro, você liga, mas a pessoa não atende. Liga de novo, mais uma vez, deixa recado, manda mensagem de texto... No entanto, nenhum esboço de resposta.
Mas pode acontecer também da pessoa, em algum momento, te atender, falar um "Oi, tudo bem?", dizer que está ocupada, mas que vai te ligar para combinarem alguma coisa juntos e, rapidamente, desligar o telefone. Daí, temos dois caminhos: ou recomeçamos o processo de espera descrito acima, ou entendemos de uma vez por todas que a pessoa não tá a fim.
Como vimos, para a falta de resposta, tanto a espera passiva quanto o contato ativo acabam no mesmo resultado. Talvez, ficar com o silêncio e entender que a rejeição faz parte da vida seja melhor. Mas daí pode ficar a sensação de que poderia ter tentado... daí a ligação faz sentido.
No mundo onde a possibilidade de comunicação se expande cada vez mais por meio das novas tecnologias, não há justificativa técnica para a falta de resposta. E devemos entender o silêncio como uma resposta. Sim, uma resposta negativa, dolorosa, mas que inegavelmente é uma resposta.
E isso é válido pra todas as situações, seja um amor, seja o resultado de uma entrevista de emprego ou seja a falta de contato de um amigo. O não dito é uma resposta que devemos considerar sempre.
Beijos,
Rô
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